Camerge, empresa de Florianópolis, com faturamento de R$ 10 milhões, se prepara para onda de expansão com mudanças no mercado livre de energia em 2024

Japonesa Mitsui compra participação na catarinense Camerge, especializada em gestão de energia

Empresa com sede em Florianópolis, com faturamento anual de R$ 10 milhões, se prepara para onda de expansão com novo marco regulatório do mercado livre de energia. Na foto, Cristiano Tessaro (Camerge) e Yusuke Koike (Mizha/Mitsui) / Crédito: divulgação.


[FLORIANÓPOLIS, 05.12.2023]
Redação SC Inova, com informações da Assessoria de Imprensa

Um dos maiores conglomerados empresariais do Japão, a Mitsui & Co., enxergou em uma empresa de pequeno porte de Santa Catarina um oportunidade para entrar no emergente mercado livre de energia brasileiro, que passa por significativas mudanças regulatórias. 

Nesta terça (05), a multinacional japonesa (que atua em áreas como energia, infraestrutura, mineração, mobilidade e nutrição, entre outras) anunciou participação minoritária na Camerge, empresa fundada em Florianópolis que oferece serviços de gestão e gerenciamento de energia, incluindo contratação, assessoria regulatória e software de medição online. A empresa, que tem 50 colaboradores, não comercializa energia, trabalhando apenas a gestão, representando Geradores de Energia, Produtores Independentes e Autoprodutores, interagindo com a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) e as distribuidoras locais,  facilitando o intermédio das transações.

Para o CEO da Camerge, Cristiano Tessaro, a empresa “ganha visibilidade e também acesso a grandes clientes, com a abertura de portas juntos a novos nichos de atuação. Em um primeiro momento, estaremos focados nas regiões Sudeste e Nordeste, mas queremos expandir por todo o Brasil. Miramos triplicar o número de unidades atendidas já no curto prazo”.

O mercado livre existe no Brasil desde 1996, mas até agora as regras só permitiam a migração de grandes consumidores, com demanda acima de mil kW, ou 500 kW, no caso de fontes renováveis. Em setembro de 2022, o governo federal publicou uma portaria que permite a migração de todos os outros consumidores ligados em alta tensão.  Até a metade de setembro, mais de 5 mil consumidores já haviam encerrado seus contratos com as distribuidoras e preparavam a migração para o novo modelo,  segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

Com abrangência nacional, a Camerge já faz a gestão de mais de mil ativos – sendo cerca de 800 unidades consumidoras e mais de 200 ativos de geração – em 18 estados; e, no ano passado, gerenciou 2,3 milhões de MWh, montante que equivale ao abastecimento de mais de 1,2 milhão de unidades consumidoras residenciais. Em 2022, a receita bruta da Camerge ultrapassou o valor de R$ 10 milhões, com 15% de crescimento anual em unidades geridas. Em 2022, a empresa acumulou mais de R$ 1 bilhão em economia na gestão de energia de seus clientes.

BRASIL É ESTRATÉGICO PARA METAS DE DESCARBONIZAÇÃO

“Compartilhamos uma visão de longo prazo para o setor de energia no Brasil. Isso tudo corrobora com os objetivos da Mitsui e com o plano de descarbonização de net zero que temos globalmente para até 2050”, ressalta Yusuke Koike, CEO da Mizha, 100% subsidiária da Mitsui, e que responde como executivo de negócios da multinacional. 

O movimento de grandes corporações globais investindo em pequenos negócios é algo pouco comum no ecossistema de tecnologia em Santa Catarina – há casos de aquisições de empresas mais maduras por gigantes (como Accenture/ Pollux e a Cargill/Agriness), mas são raros os  casos de participações minoritárias em negócios emergentes. O que pesa, neste caso, é o enorme potencial do mercado brasileiro. 

Como resume Noriaki Watanabe, Vice-Presidente Executivo da Ecogen, também 100% subsidiária da Mitsui, “o Brasil é um grande player global nesses quesitos, com mais de 80% da produção de energia elétrica proveniente de geração renovável, e acreditamos que a contribuição para a eletrificação do país será consistente com nossa visão de longo prazo”. 

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